Goleador Nato
Flavio Minuano marcou história como um dos principais centroavantes do Inter

O gol é o grande momento do futebol. A bola na rede faz a alegria do torcedor. Dentro de campo o principal encarregado de empurrar a bola pra dentro é o centroavante. Normalmente vestindo a 9, este jogador é um exímio finalizador. Quando a bola cai no seu pé dentro da grande área o destino só pode ser um: o gol. A história do Internacional aponta grandes jogadores que já vestiram esta camiseta, como Dario, Fernandão, Claudiomiro, Sylvio Pirilo, entre outros. Mas dentre este grupo também está o personagem desta seção da Revista do Inter: Flávio Minuano.

Flávio foi um dos jogadores com maior potencial de definição de jogadas que já passou o Beira-Rio. Sua função de marcar gols era exercida de forma magistral. De acordo com a Revista Placar, Flávio é o 17° maior artilheiro da história do futebol brasileiro, com 448 gols. Mas a conta é contraditória: o centroavante afirma ter feito 1.070 gols. Nascido em Porto Alegre, em julho 1944, Flávio iniciou a carreira nos juvenis do Inter. Seu primeiro título nos profissionais veio no ano de 1961. No Campeonato Gaúcho daquele ano, o Colorado quebrou uma hegemonia de cinco anos seguidos de títulos do rival. Logo após de destacar no Inter, Flávio transferiu-se para o Corinthians no ano de 1964 e lá atuou até 1969. Contemporâneo do Rei Pelé, foi artilheiro do Paulistão de 1967 superando o maior jogador da história do futebol mundial.

Após uma passagem de sucesso pelo Porto entre os anos de 1972 e 1975, Flávio retornou ao Inter para ajudar a conquistar o título mais importante da história do Clube do Povo até então. Era o primeiro em nível nacional de um time do Rio Grande do Sul. A estrela do centroavante já brilhou logo na sua reestreia, quando marcou um gol em um clássico Gre-Nal. O Campeonato Brasileiro de 1975 foi um marco na história do Inter. Flávio era o centroavante daquele grande time que contava com Manga, Carpegiani, Figueroa, Falcão, Caçapava, Valdomiro entre outros. Um time que ficará para sempre marcado na história do Inter e que até hoje os torcedores que viveram esta época sabem a escalação do goleiro ao ponta-esquerda.

Reapresentação com vestuário alinhado

Como vinha de várias temporadas atuando no futebol europeu, Flávio herdou alguns costumes até então “estranhos” ao futebol brasileiro. Na sua reapresentação ao Colorado, o camisa 9 apareceu vestindo um belo e alinhado traje social. Camisa, blazer, terno e gravata. A vestimenta surpreendeu a todos e Flávio continuou a usar a indumentária nos seus primeiros dias de regresso a Porto Alegre.

Contra os maiores

O auge da carreira de Flávio Minuano coincidiu com o ápice de outros grandes jogadores da história do futebol mundial. Quando atuou pelo Corinthians enfrentou diversas vezes o Rei Pelé. Durante o período que atuou no Porto (1972-1975), Flávio enfrentou o lendário centroavante Euzébio, que jogava pelo Benfica. Em 1966, pela Seleção Brasileira, enfrentou um dos grandes ataques da história de Portugal: José Augusto, Torres, Eusébio e Simões.

Ficha técnica:

Nome: Flávio Almeida da Fonseca
Data de nascimento: 9 de julho de 1944 
Naturalidade: Porto Alegre, (RS), Brasil
Posição: Centroavante
Apelido: Flávio Minuano ou Flávio Bicudo
Clubes: Inter (1961-1964), Corinthians (1965-1969), Fluminense (1969-1971), Porto (1972-1975), Inter (1975-1976), Pelotas (1977), Santos (1977-1978), Figueirense (1979 -1980), Jorge Wilstermann (1981).

* Matéria publicada na edição 87 da Revista do Inter.