Nena

Nena

Olavo Rodrigues Barbosa

Nena, o Parada 18
O lendário zagueiro fez parte do Rolo Compressor nos anos 40 e foi o primeiro atleta do Internacional convocado para uma Copa do Mundo

Por Leonardo Fister (matéria publicada na edição 60 da Revista do Inter)

Olavo Rodrigues Barbosa, o Nena, jogou pelo Sport Club Internacional por quase uma década (1942 -1951) e durante esse período fez parte de uma das equipes mais fabulosas do Colorado. Ao lado de Alfeu, ele formou a zaga do mítico Rolo Compressor, time que foi hexacampeão gaúcho nos anos 40.

Nascido no dia 11 de junho de 1923 em Porto Alegre, Nena cresceu jogando futebol nos campos de várzea da cidade. No final de março de 1942, Ricardo Díez, técnico do Inter na época, assistiu a uma partida do zagueiro que defendia o Esporte Clube Paraná, clube amador da capital gaúcha. Díez gostou do futebol do atleta e o convidou para treinar no estádio dos Eucaliptos. No dia 12 de abril do mesmo ano, Nena fez sua estreia pelo Internacional na vitória de 5 a 2 contra o São José, quando marcou seu primeiro gol.

Em campo, ele era considerado um defensor quase imbatível. Os atacantes adversários dificilmente levavam a melhor no embate com o zagueiro. Tamanha disposição lhe rendeu o apelido de ‘Parada 18’. O codinome fazia referência a um ponto de ônibus localizado no bairro Tristeza, situado em frente a uma loja do setor varejista que fazia grandes liquidações e atraía muitos clientes. A propaganda radiofônica da época dizia que, para fazer boas compras, ninguém passava da Parada 18.  Dessa maneira, o jogador e o famoso ponto de ônibus se tornaram sinônimos para os colorados.

Em dez temporadas pelo Inter, o zagueirão conquistou sete títulos gaúchos (1942/43/44/45, 47/48 e 1950), participou da maior goleada aplicada pelo Internacional em um clássico Gre-Nal (7 a 0 na final do campeonato municipal em 1948) e foi convocado pelo técnico da Seleção Brasileira, Flávio Costa, para disputar a Copa do Mundo de 1950. Ao lado de Adãozinho, o atleta se tornou o primeiro colorado a representar o Brasil em um Mundial. 

Em setembro de 1951, Nena foi vendido para a Portuguesa-SP. Sua despedida do Clube ocorreu com uma vitória por 2 a 1 sobre o Floriano em partida amistosa. No mesmo jogo, o atacante Carlitos, maior goleador da história do Inter, disputou a última partida da carreira. Pelo time paulista, o Parada 18 jogou até 1958 e conquistou os torneios Rio-São Paulo em 1952 e 1955.

Aos 35 anos encerrou a carreira, mas continuou trabalhando na Portuguesa, clube no qual foi treinador das categorias de base. Depois, resolveu parar de trabalhar com futebol e comprou uma chácara em Francisco Morato, região metropolitana de São Paulo, onde morou por oito anos. Em 2004 se mudou para  Goiânia. Em 2009, ano do Centenário do Internacional, o zagueiro participou da histórica Marcha Colorada e foi muito festejado pelos torcedores. 

No dia 17 de novembro de 2010, o último remanescente do Rolo Compressor faleceu em Goiânia, vítima de um câncer de pulmão aos 87 anos. Porém, as façanhas de Nena permanecem vivas no imaginário dos colorados.



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