Ser um jogador de futebol profissional é o sonho de milhares de crianças dos mais diferentes níveis sociais. Poucas pessoas transformam esse desejo em realidade e aqueles que o fazem em times de expressão virão ídolos. Idolatria que atravessa gerações. Na última quinta-feira (13/11), quem estava presente no Aramazém A1 do Cais do Porto, durante a Feira do Livro, pôde perceber como atletas, décadas depois, ainda podem servir de inspiração para garotos que nunca os viram jogar e talvez nem saibam em que posição de campo atuavam. Mas, o simples fato de estarem na presença ?daqueles craques? que já foram craques causa deslumbre e emoção.

Claudiomiro (E) bate bola com os garotos na Feira do Livro

Os ?craques?, no caso, eram o meia Dorinho, jogador de meio campo que tratava a bola com carinho e maestria, o atacante Claudiomiro, um homem de área rompedor e sem medo de beque de cara feia, e Milton Vergara, um goleiro que virou lenda atuando nas décadas de 40 e 50. Os três ex-jogadores do Internacional visitaram as crianças e adolescentes do Programa Asteróide, uma das dezenas de projetos sociais conveniados com o Saci Colorado.

Moradores de ruas, muitos ali sonhavam sem um craque dos gramados como Glauber, de 20 anos, que há doze mora nas ruas da capital. ?Uma vez abanei para o Clemer e foi bem legal, imagina falar com um jogador?, contou. Ao
mesmo tempo em que o garoto Glauber exalava expectativa, o meia Dorinho, tão acostumado a decisões e jogos com estádios lotados, mostrava ansiedade. ?Fiquei pensando do estádio Beira-Rio até aqui o que falar para essa garotada que leva uma vida dura e difícil?, confessou.

Entretanto, bastou os ex-jogadores e a meninada ficarem frente a frente para o papo rolar descontraído e cheio de energia. Os três contaram algumas histórias, mas também mostraram preocupação com a situação das crianças e dos adolescentes. Se a conversa já tava boa, imagina quando a bola rolou - o clube doou três bolas oficias para o programa.

Glauber teve a chance de mostrar sua intimidade com a bola para os atletas. ?Cheguei a fazer peneirão, meu sonho sempre foi jogar futebol.  Foi muito legal poder conhecê-los?, revelou. O presidente da Fundação de Educação e Cultura do Sport Club Internacional (FECI), Jorge Viera da Cunha, disse que o objetivo do encontro era que os jogadores pudessem falar sobre sua origem humilde e como venceram na vida através da persistência.

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