18/08/2009

Bolaños: talento equatoriano no Beira-Rio

Foi nas canchas de cimento de Quito, no Equador, que Bolaños ensaiou suas primeiras jogadas.  Aos 8 anos, já tinha um domínio de bola fora de série. A velocidade e os dribles rápidos foram virtudes cultivadas desde cedo pelo garoto tímido da periferia equatoriana. O talento prematuro de ‘El chucho’, como é conhecido no seu país, chamou a atenção de um dos principais clubes da capital equatoriana, a Liga Deportiva Universitaria, ou LDU Quito.

Aos 12 anos, iniciou uma carreira que se estenderia por mais de 10 anos no clube. Passou por todas as categorias, sempre marcando muitos gols e abrindo espaços para os companheiros em campo. Um legítimo meia-atacante. Já aos 16 anos, fez sua estreia na equipe profissional. O futebol eficiente fez com que Bolaños se tornasse um ídolo do futebol equatoriano. Prova disso foi o assédio que o jogador recebeu da torcida e da imprensa local quando o Inter foi disputar o título da Recopa, em Quito. O joagador segue sendo muito reverenciado no seu país de origem. O sucesso na LDU também rendeu constantes convocações para a seleção nacional. “Foram anos muito importantes que vivi na LDU. Construí minha trajetória lá desde garoto”, reconhece Bolaños.

Na Libertadores da América de 2008, o jogador viveu o melhor momento da sua carreira. O meia marcou cinco gols na competição e foi um dos destaques da vitoriosa campanha do time de Quito, que conquistou pela primeira vez o principal título do continente sul-americano. Bolaños, inclusive, marcou um gol na finalíssima disputada contra o Fluminense, no Maracanã. A LDU foi derrotada por 3  a 1 no tempo normal, mas ergueu a taça após vencer nas cobranças de pênaltis. 

No começo deste ano, Bolaños encarou mais um desafio: jogar no futebol brasileiro. Contratado pelo Santos, o jogador acabou não tendo muitas chances na Vila Belmiro. No final de maio, o Inter apresentou o equatoriano como o mais novo reforço para o ano do Centenário. Com o contrato assinado até 2013, o meia-atacante passou por um processo de fortalecimento físico durante um mês. Quando voltou a trabalhar bola, seu desempenho se aperfeiçoava a cada treino. “É um jogador de grande velocidade, passe qualificado e boa finalização”, elogia o auxiliar técnico Cléber Xavier.

Logo na sua segunda partida com a camisa colorada, Bolaños caiu nas graças da torcida. Foi contra o Coritiba, no Beira-Rio, pelo Brasileirão. O jogo estava complicado, o placar zerado.  Mas no segundo tempo, o equatoriano minou a resistência da zaga adversária com três gols, todos baseados nas suas principais virtudes, a velocidade e a técnica apurada. “Nunca havia marcado três gols em uma partida. Foi inesquecível. Este é o meu estilo, não gosto de ficar parado na área.Tenho facilidade para vir de trás e marcar os gols ”, se auto-define.


Bolaños marcou três gols na sua partida de estreia, contra o Coritiba

Apesar do jeito tímido e das poucas palavras, Bolaños está plenamente integrado ao grupo colorado. Já brinca com os companheiros e também é ‘vítima’ das tradicionais chacotas. A sua semelhança com o volante Glaydson não passou despercebida. Os irreverentes colegas dizem que eles são irmãos gêmeos, como um dia fora Kléber e Andrezinho, tamanha era a semelhança visual. Bem entrosado dentro e fora de campo, a cada treino, a cada jogo, Bolaños vai conquistando o seu espaço no time do Inter. “Estou me sentindo muito bem aqui. O futebol brasileiro é muito parecido com o equatoriano. Tenho tudo para me dar bem e trazer alegrias para o torcedor colorado”, projeta o meia-atacante, que já atuou em seis partidas pelo Inter.

Matéria de Felipe Silveira publicada na edição 41 da Revista do Inter


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