O Museu do Sport Club Internacional – Ruy Tedesco – abrirá suas portas ao público neste sábado (23/11) com uma novidade em sua mostra. Abordando o tema “Da Boia Cativa às grandes conquistas - os 50 anos do Beira-Rio e 40 anos do Tri Invicto”, a nova exposição temporária, pré-inaugurada na noite desta sexta-feira (22/11), retrata dois grandes marcos na história do Clube. A narrativa, que parte desde a década de 1960 com a construção do Gigante, seguindo até sua reinauguração em 2014, é contada através de acervos expostos em seis totens, que se complementam historicamente no decorrer da exposição.

Inicialmente, a construção do Estádio Beira-Rio é retratada a partir de fotos e objetos que apresentam desde a execução das obras até a partida de inauguração, realizada no dia 6 de abril de 1969. Na ocasião, Claudiomiro, eterno camisa 9 colorado, balançou as redes do Gigante pela primeira vez. Durante a exposição, inclusive, é possível conhecer um pouco mais sobre este ídolo alvirrubro, hexacampeão gaúcho com as cores do Inter.

Antes mesmo de o Beira-Rio ser palco de grandes conquistas, contudo, anos de trabalho foram dedicados à construção do novo ‘templo colorado’. Presente na exposição, Eraldo Herrmann, um dos personagens que ajudou a tornar real este sonho ‘Gigante’, esteve na Comissão de Obras de 1962 a 1969 e, anos depois, tornou-se, em 1975, o primeiro presidente campeão nacional pelo Inter. Filho do antigo mandatário, João Patrício Herrmann, primeiro vice-presidente colorado, participou da pré-estreia da exposição nesta sexta-feira e revelou: “Do que eu conheci do meu pai, o Internacional foi a vida dele. Foi um complemento da família, um complemento do trabalho, até um complemento da própria educação e formação dele como homem. Então, posso dizer que o Internacional foi a segunda família do meu pai”.

João Patrício Herrmann falou ao público nesta sexta-feira (22/11)

Quem lembra bem do primeiro título brasileiro conquistado pelo Inter é o camisa 7 da ocasião, Valdomiro Vaz Franco. Grande estrela do evento realizado nesta sexta-feira (22/11), o ídolo não deixou de comentar sobre a inesquecível tarde de 14 de dezembro de 1975. “Fomos o primeiro time do Rio Grande do Sul a conquistar um título nacional. Tínhamos um compromisso com nós mesmos e sabíamos que esse título era importante não só pra nós, mas para a torcida do Inter e todo o povo do Rio Grande do Sul”. Jogador com maior número de partidas na história do Inter, tricampeão nacional e octa gaúcho, o catarinense de Criciúma também falou sobre o inédito e inigualável título invicto. “Para mim foi uma alegria muito grande jogar naquele time. Tínhamos um time muito bom”. Na exposição, é possível ver de perto camisa e chuteiras usadas por Valdomiro, além de estátua do craque, presente na entrada do Museu.

A senda de vitórias do Inter no Beira-Rio, contudo, não se esgotou na década de 70 - pelo contrário. Se em 1969 a torcida realizou o sonho de inaugurar o Gigante, em 2014 a emoção ficou por conta de vê-lo modernizado. Reaberta no dia 6 de abril, a casa colorada teve em D'Alessandro o seu artilheiro de reinauguração, com o gringo balançando as redes duas vezes e presenteando a torcida com vitória por 2 a 1 sobre o Peñarol. Ídolo alvirrubro, o atual camisa 10 do Clube do Povo viu de perto todo o processo de modernização do estádio, e também está sendo homenageado na exposição.

Representar dois momentos de tamanha importância como a história do Beira-Rio e do Tricampeonato nacional invicto em uma mesma narrativa não foi simples. Conforme explica a museóloga do Museu do Inter, Adriane Raimann, a escolha do tema passou pela quantidade considerável de acervos existentes. “Recebemos uma parte do acervo através de doações e outra parte através de empréstimos. A partir disso, construímos a narrativa visual da exposição. São seis totens que contam essa narrativa, juntamente ao espaço que a gente criou do lado externo do túnel da memória”.

O Museu do Inter está localizado ao lado do Portão 7 do Beira-Rio, e funciona terça a domingo, das 10h às 18h, com entrada custando R$10,00. Crianças e jovens de 6 a 15 anos, estudantes, professores e idosos (acima de 60 anos) pagam meia entrada. Sócios do Clube e crianças de até 5 anos têm acesso liberado.