14/03/2018

Inter lamenta a morte do torcedor Xuxu

A quarta-feira (14/03) começou triste para a família colorada. Faleceu nesta manhã Xuxu, colorado que seguiu o Inter por todas as plagas, sempre defendendo essa paixão que nos une. O Clube lamenta profundamente a perda deste torcedor símbolo e deseja força a seus amigos. Às 20h o Padre Ceron celebrará uma missa de encomendação do corpo na Capela Nossa Senhora das Vitórias, no Complexo Beira-Rio. Em seguida, dando continuidade a um desejo de Xuxu, seu corpo será velado no momento em que um telão estará mostrando o Inter em campo, contra o Cianorte, pela terceira fase da Copa do Brasil. Conheça a história do torcedor símbolo do Clube contada à nossa repórter Natalia Mauro em 2012, logo após ter ganho uma placa pelos 600 jogos acompanhando o Inter fora do Gigante.

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“O ano era 1967 e eu tinha 6 anos. Estava com minha babá, em casa, escutando rádio. Ela ficou muito chateada porque o seu time tinha perdido o jogo. Eu quis saber que time era esse e a sua resposta me tocou muito: ‘É o Clube do Povo do Rio Grande do Sul’”. Para Xuxu, torcedor símbolo do Internacional, foi nesse momento que ele se tornou colorado. A família, todos torcedores do tradicional time rival, tentaram muito que o menino trocasse de time. Mas falharam.

O amor pelas cores vermelha e branca falou mais alto. Em um Gre-Nal, Xuxu foi levado para entrar em campo junto com os jogadores do Grêmio. “Aí eu senti o amor que tinha pelo Inter. Eu entrei de mão dada com eles, mas não estava feliz”, afirma o torcedor, que prefere nem revelar o nome de batismo, já que é mais conhecido pelo apelido que ganhou por gostar “muito mesmo” da hortaliça-fruto (que tem a grafia 'chuchu').

Com 51 anos, ele completou com muito orgulho a marca de ter acompanhado o Inter em 600 jogos fora do estádio Beira-Rio disputados por várias partes do mundo. Essa vontade de acompanhar o time começou bem cedo. Com 6 anos decidiu que iria assistir ao jogo entre Novo Hamburgo e Internacional. Pegou um ônibus sozinho e foi. “Me encontraram chorando e morrendo de medo porque não sabia voltar. Cheguei no estádio, mas não sabia voltar. Telefonaram para o meu pai e me levaram pra casa. Tomei uma cintada da minha mãe, mas valeu a pena porque o Inter ganhou de 1 a 0”.

Ser torcedor do Inter supreendeu a família. O pai levou um susto quando chegou em casa e encontrou Xuxu vestindo o manto sagrado comprado pela babá. O avô se surpreendeu ainda mais quando o neto, com 12 anos, pediu de presente uma cadeira no estádio Beira-Rio. Estranhou, mas deu. “Com 13 anos pedi de presente uma viagem para o Rio de Janeiro pra acompanhar o Inter. Eu podia escolher uma viagem para a Disney, ou qualquer outro lugar. Mas eu queria ver o jogo do Inter. Já tinha 40 jogos fora.”

Aos 14 anos, Xuxu sofreu o primeiro AVC e começou a ter problemas pessoais, mas isso não o impediu de seguir torcendo e viajando. O destino mais longe foi Japão, quando viu em 2006 o seu time ser Campeão do Mundo. Todos os anos, assim que sai a tabela dos campeonatos, ele compra as passagens para todos os confrontos.

Recado para a torcida

“Tem que ter muito orgulho de ser colorado, é um espírito de felicidade ser torcedor do Internacional. Na hora ruim e na hora boa sempre tem que estar do lado do Clube. Nada de vaia, de forma alguma. Ir ao jogo é uma diversão, um passeio, não leva a nada brigar e discutir.” (Xuxu) 


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