08/09/2011

Atleta paraolímpico realiza sonho e conhece o Beira-Rio

Jovane Silva Guissone, 28 anos, é torcedor do Internacional. Em dezembro de 2004, ele foi vítima de um assalto, levou um tiro na coluna e perdeu o movimento das pernas. Após um ano de fisioterapia, Guissone passou a praticar esportes. Começou com o basquete e depois mudou para a esgrima. Foi justamente nesta modalidade esportiva tão pouco difundida no Brasil que o atleta conquistou seus maiores feitos.


Jovane (D), ao lado do seu irmão Juliano, no Beira-Rio, com a camisa do Internacional

No final de abril, Jovane conquistou uma medalha de bronze na Copa do Mundo de Esgrima Paraolímpica em Montreal, Canadá. Esta foi a primeira medalha internacional para o Brasil, em competições oficiais da modalidade. No torneio, o esgrimista enfrentou adversários que figuram o top 10 do mundo. Em junho, o atleta ficou entre os 16 melhores do planeta no Mundial de Varsóvia, Polônia. Atualmente, ele é o líder do ranking nacional e 13° no internacional.

Morador de Esteio, região metropolitana de Porto Alegre, Jovane luta para poder representar o Brasil nos jogos Paraolímpicos de Londres em 2012.  Ele ainda ressalta que pelo ranking atual já estaria classificado para Londres, todavia ainda precisa disputar outro torneio da categoria para manter-se entre os melhores. “Estou na 13ª colocação no ranking mundial. Os 20 primeiros se classificam para as Paraolimpíadas de Londres. Porém, haverá mais um mundial (na Itália) no final do ano e preciso disputa-lo para me manter entre os melhores”, explica.

Além da vaga na Paraolimpíada, Guissone tinha outro sonho: conhecer o estádio Beira-Rio, casa de seu clube do coração. “Sou colorado desde que nasci e o Inter tem um papel muito importante na minha vida. Sempre tive vontade de conhecer o Beira-Rio, mas nunca tive oportunidade”, afirma. Na última quarta-feira, 7 de setembro, Jovane, acompanhado pelo irmão Juliano, 21 anos, finalmente realizou o um de seus desejos e visitou o Beira-Rio para acompanhar a partida entre Internacional e América-MG.  Dentro do Estádio, o atleta teceu elogios para a estrutura do complexo: “É muito grande e bonito. A visão que se tem do gramado é fantástica. Isso é um sonho realizado”, enfatizou.


Atleta paraolímpico foi ao Beira-Rio pela primeira vez

Para alcançar o seu outro objetivo, Guissone segue treinando firme. O esgrimista recebe aula de professores voluntários Eduardo e Teixeira, do Grêmio Naútico União, e do coronel Sampaio, da Brigada Militar. Entretanto, o gaúcho tem nos limitados recursos financeiros o maior obstáculo para a realização de seu objetivo. “Hoje eu treino com o material fornecido pela seleção brasileira, pois não tenho material próprio. Além disso, é difícil conseguir os recursos para viajar e disputar os torneios”, destaca.

Apesar disso, Jovane não desanima. “Isso não tira meu foco. Continuo treinando muito. Estou atrás de patrocínios para seguir disputando os torneios. Não paro de acreditar um minuto sequer na possibilidade de disputar as Paraolimpíadas em 2012”, finaliza.


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