22/06/2011

Inter, o time mais "copeiro" do Rio Grande do Sul

Nas inúmeras conversas entre torcedores em todo o Brasil, defendendo que seu time é o melhor, sempre fica a dúvida de qual sejam mesmos os mais vencedores no território nacional. No caso de competições eliminatórias (o mata-mata), criou-se no Rio Grande do Sul a expressão "copeiro". E nada tem a ver com o sujeito que organiza a copa de um bar ou restaurante, mas sim aquele clube que, com raça e experiência, supera os adversários em cada fase da competição e ergue o troféu de campeão na final.

Pois o blogueiro J. Petry, do Blog Impedimento, tratou de fazer uma pesquisa com os clubes brasileiros para saber: afinal, qual é o time mais "copeiro"? Ele publicou na terça-feira os números que englobam confrontos históricos de eliminação direta entre os principais clubes brasileiros. Antes de reporduzir a publicação, vale a pena relembrar os embates entre Internacional e Grêmio em jogos de mata-mata, em toda a história, para concluir que, de fato, o Colorado é o time mais "copeiro" do Rio Grande do Sul.

Inter eliminou rival em todos confrontos diretos nacionais e internacionais

Inter e Grêmio se enfrentaram cinco vezes em confrontos mata-mata por competições nacionais e internacionais. Em todas, o time colorado eliminou o rival. Confira:

Copa Sul-Americana - 2008
Inter 1x1 Grêmio
Grêmio 2x2 Inter
Inter avança por marcar mais gols fora de casa

Copa Sul-Americana - 2004
Inter 2x0 Grêmio
Grêmio 1x0 Inter
Inter avança pelo saldo de gols

Seletiva para a Libertadores - 1999
Inter 1x1 Grêmio
Grêmio 1x1 Inter
Inter avança pela melhor campanha no Brasileirão

Copa do Brasil - 1992
Grêmio 1x1 Inter
Inter 1x1 Grêmio (3x0, nos pênaltis)
Inter avança nos pênaltis

Campeonato Brasileiro - 1988
Grêmio 0x0 Inter
Inter 2x1 Grêmio
Inter avança por maior número de pontos nos dois confrontos. Time colorado ganha de virada com um jogador a menos.


No 'Gre-Nal do Século', pelas semifinais do Brasileirão de 88, deu Inter: 2 a 1 no Beira-Rio

> Confira abaixo a publicação do blog em questão

J. Petry - Blog Impedimento (impedimento.org)

Afinal, quem é o mais copeiro?

A expressão “time copeiro” é muito utilizada para designar uma equipe que se destaca em competições de eliminação direta, o que a qualifica como uma esquadra que cresce em momentos decisivos. Em determinadas épocas, uma formação de um clube alcança longas distâncias (e vitórias) em competições desse tipo, como o Santos dos anos 60, o Grêmio dos 90 e o Inter dos 2000, mas será que há clubes mais propensos a gerar times especializados no mata-mata?

Para responder a essa pergunta, pesquisei os dados de todos os confrontos históricos de eliminação direta envolvendo aqueles que são considerados os 12 maiores clubes brasileiros nas seguintes competições:

* Taça Brasil/Copa do Brasil – as competições nacionais puramente deste estilo, embora as últimas edições da Taça Brasil tenham tido fases de grupo, as quais foram, por óbvio, ignoradas.
* Campeonato Brasileiro – repescagens, oitavas, quartas, semifinais e finais, sempre que ocorreram, de 1972 a 2002.
* Copa Libertadores – a Copa por excelência, embora por vários anos tenha tido apenas jogos de desempate e finais como exemplos de mata-mata. Todos os confrontos de eliminação direta (fora de qualquer tabela de grupo) foram incluídos.
* Copa Intercontinental e Mundial de Clubes – incluindo a final de 2000.
* Supercopa Libertadores – excluindo as raras fases de grupo.
* Copa Conmebol
* Copa Mercosul – excluindo fases de grupo.
* Copa Sul-Americana – excluindo as famigeradas fases de grupo nacionais.
* Recopa

Não incluí competições descontinuadas após uma ou duas edições, nem a Copa Suruga Bank, por não fazer sentido nenhum. Confrontos que foram anulados ou tiveram vencedor alterado por perda de pontos no tapetão também não foram incluídos.

Antes dos esperados resultados, vamos a alguns destaques individuais:

* O São Paulo tem desempenho invejável contra equipes chilenas (4 confrontos, 4 vitórias) e ainda mais impressionante contra equipes de fora do continente sul-americano: seis vitórias e nenhuma derrota! E ninguém ganhou mais mata-matas de Libertadores que o Tricolor paulista (23), nem confrontos internacionais (46).

* O Palmeiras leva um destaque negativo por ter sido o que mais perdeu em Libertadores (10 vezes), mas também foi o terceiro que mais ganhou.

* O Corinthians ganhou o maior número de confrontos no Campeonato Brasileiro (18), mas tem o pior desempenho internacional, com apenas 46% de eficiência (o único abaixo de 50%!).

* O Flamengo é o rei dos mata-matas nacionais (79%), com especial destaque na Copa do Brasil (79,5%).

* O Botafogo tem, empatado, o mais pobre desempenho na Libertadores (33%) e o pior na Taça/Copa do Brasil (63,8%).

* O Cruzeiro se destaca nos confrontos contra equipes paraguaias: cinco classificações em cinco oportunidades. Sofreu, porém, o maior número de eliminações internacionais: 27.

* O Atlético Mineiro, por sua vez, gosta de eliminar colombianos: sucesso total em quatro encontros. Mas tem um desempenho horroroso em competições nacionais: o pior do Brasileirão, com 40%, além de empatar com o Botafogo como pior da Libertadores (33%).

* O Internacional jamais foi eliminado de um mata-mata internacional por uma equipe brasileira: OITO vitórias ao todo! E o Colorado é o especialista brasileiro em playoffs de Libertadores (77% de eficiência) e nas competições internacionais em geral (75%).

* Já o Grêmio adora enfrentar uruguaios: cinco ganhas em cinco. E ninguém ganhou mais confrontos de Taça/Copa nacional (64) ou playoffs nacionais em geral (80).

Comecemos então a apresentar os dados finais do último para o primeiro:

12º – ATLÉTICO MINEIRO (60,8%)
A única coisa que salva o Galo é o seu ótimo desempenho na finada Copa Conmebol, que faturou por duas vezes, chegando ainda a uma terceira final. Foram 79 vitórias e 51 derrotas ao total, com um desempenho internacional de razoável a bom (19 x 10) prejudicado por um péssimo desempenho em competições nacionais (para um grande): 60 x 41.

11º – BOTAFOGO (61,6%)
Tirando o quase insignificante desempenho na Libertadores (apenas 3 confrontos, todos contra brasileiros – 1 x 2), nada se destaca tão negativamente nos números do Botafogo, exceto pelos números da Taça/Copa que ficam em fracos 63,8%, mas também não há nenhum destaque positivo, e esse é o problema.

10º – FLUMINENSE (63,0%)
O que puxa para baixo os números do Flu é o mau desempenho nos mata-matas do Brasileirão, dos quais ganhou oito e perdeu onze. Mas o desempenho internacional também não é dos mais fortes (53%).

9º – CRUZEIRO (63,9%)
O Cruzeiro tem um ponto forte: a Taça/Copa, onde tem um dos melhores desempenhos (75,8%), mas foi mal nos playoffs do Brasileirão (41%) e o desempenho internacional é apenas razoável (58%).

8º – GRÊMIO (65,5%)
“Mas como?”, dirão os gremistas. E de fato é importante notar que ninguém ganhou mais mata-matas que o tricolor gaúcho: 108! Mas também é fato que ninguém PERDEU mais do que ele: 57. No balanço, um bom desempenho na Libertadores (67%), mas um horrível histórico nas demais competições internacionais (10 x 16), onde se destaca o mau hábito de ser eliminado por outras equipes brasileiras (1 x 7!).

7º – PALMEIRAS (65,9%)
Desempenho próximo da média em todos os quesitos.

6º – SANTOS (66,1%)
Um belo desempenho na Taça/Copa (76,6%), devido em grande parte ao timaço dos anos 60, somado a um muito bom histórico em LA COPA (70%) garante ao Peixe um lugar na metade de cima da tabela copeira.

5º – VASCO DA GAMA (66,9%)
Bom desempenho na Libertadores e próximo da média em todo o resto.

4º – INTERNACIONAL (68,9%)
O Colorado lidera, como o nome sugere, nos confrontos internacionais: impressionantes 10 x 3 na Libertadores e 14 x 5 nos demais torneios, totalizando 75% de eficiência. Nos nacionais, fica na média dos grandes (66%), com uma certa desvantagem na Taça/Copa (apenas 67,3%, contra uma média de 73%) que o impede de figurar ainda mais alto no ranking. Anos de eliminações para Londrina, Paraná, Remo, etc. tiveram seu preço.

3º – CORINTHIANS (69,0%)
Tudo o que falam é verdade: desempenho horrível em mata-matas internacionais (46%, 36% na Libertadores), compensado por um fantástico desempenho nas competições domésticas (66 x 21!), deixando quase todos os grandes para trás.

2º – SÃO PAULO (69,7%)
Competições internacionais também são o forte do São Paulo, que só fica atrás do Inter nesse quesito (71%, 74% na Libertadores). Nas competições nacionais, ficar rigorosamente na média ajuda a superar o Colorado na tabela final.

1º – FLAMENGO (71,0%)
Mas ninguém supera o rubro-negro, que tem 58 x 15 na Copa do Brasil, 13 x 4 no Brasileiro e, apesar dos fracos 45% na Libertadores, não faz tão feio assim nos confrontos internacionais (22 x 19).

A tabela abaixo contém a tabulação completa dos dados por tipo de competição. Os campos em verde são destaques positivos; os marcados em roxo, negativos. Campos de porcentagem mais vermelhos são desempenhos melhores, campos mais AMARELOS são exatamente o que parecem.

As colunas da direita tem os significados a seguir:

%I: porcentagem de vitórias em competições internacionais
%L: porcentagem de vitórias na Copa Libertadores
%N: porcentagem de vitórias em competições nacionais
%CN: porcentagem de vitórias na copa nacional
%B: porcentagem de vitórias nos playoffs do Brasileirão

E a enigmática (I+N)/2 é a minha contribuição para a provável COMBUSTÃO da caixa de comentários, fazendo uma média não-ponderada entre o desempenho internacional e o nacional. Notem quem passa a ser o líder nesse caso…


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