29/04/2010

Vilmar Campanher convida para o lançamento do livro 'A Senda'

Literatura colorada com sotaque gaúcho
O livro que não pode faltar na biblioteca de todo colorado

Com o orgulho e a paixão de torcedor, o autor Vilmar Campanher, convida os colorados para a sessão autógrafos do livro A SENDA, uma homenagem à história do Internacional. O evento será realizado nesta quinta-feira, dia 6 de maio, às 17h, no Museu do Sport Club Internacional - Ruy Tedesco, no Beira-Rio. Antes de ir para a arquibancada torcedor pelo time contra o Banfield (o jogo válido pelas oitavas-de-final da Libertadores começa às 19h30min), venha prestigiar o lançamento da obra!

> Saiba mais sobre o livro

Futebol e poesia se misturam?  Embora possam parecer substâncias distintas e mesmo opostas – poesia requer quietude, reflexão... futebol é explosão, extroversão –  num olhar mais acurado vamos encontrá-los perfeitamente cabíveis um ao outro. 

 É o que nos comprova Vilmar Campanher nas páginas de A Senda, uma preciosidade que certamente vai tocar fundo o coração do leitor colorado, tão apaixonado pelo Sport Club Internacional, especialmente no período do seu centenário.

 As poesias são escritas através de uma linguagem gauchesca, familiar a todos os gaúchos, relatando parte dos feitos do clube colorado que tantas alegrias já trouxeram aos seus torcedores. Segundo o autor, serão melhor entendidas dentro de seu contexto regional e cultural, mas se destinam a todo público futebolístico, uma vez que o sentimento sublimado nele é o mesmo em qualquer lugar do mundo. Excelente e divertida leitura, indispensável aos amantes do futebol, especialmente aos colorados.

Nas páginas de A Senda a história colorada se avulta. Não na sua forma sequencial e cronológica. Apresenta-se disforme. Como nuvem: densa, represada e que vaza por vezes torrencial, por outras aos respingos. Vêm na forma de versos, em pequenos contos – “causos” no linguajar gauchesco – e crônicas.

Disposto em cinco capítulos, o livro revela uma unidade em seu pensamento. Os três primeiros são de “enlevação”, reflexivos ao universo colorado. O quarto capítulo é o da “sublevação”. Nele se identifica um aspecto pernicioso, mítico, no contexto futebolístico, que ganhou forma no transcorrer dos anos e que interfere no próprio modo de se conceber futebol hoje. O último é o capítulo da “flauta“. Porque, tchê! Um colorado não vive sem “cornetear” seus co-irmãos gremistas mesmo sabendo que a recíproca é igualmente verdadeira.

Vilmar Campanher Rodrigues, gaúcho de Santa Rosa, 49 anos, casado, dois filhos, reside há 29 anos no interior do estado de SP, em Pedreia, região metropolitana de Campinhas. É formado em Letras pela UNI FIA, Amparo, SP. É empresário no segmento industrial e comercial. Tem no futebol uma de suas grandes paixões.

> Trechos da obra

Crônica Poética

“...e lá já está o Claudiomiro/o Benitez e o Marinho/a Fabiana, o Erminio e o Dorinho/
o Jair, o Sérgio e o Valdomiro/e a Claudinha, a nenê por quem suspiro./E nesta segunda-feira/pediram por dona Herrera/e eu disse com emoção/“O amor do meu coração/está lá dentro... com a parteira”. Do cap 01,” Ser Colorado”, estrofe final da poesia “A Castelhana”, pg.29 de “A SENDA”.

“...E ali, no mano-a-mano/-e me desculpe a heresia/mas o que me parecia/quizas por los castelhanos/não quero aqui ser leviano/rememorar tempos tais/mas me lembrava dos pais/de nossas gerações primeiras/“a empurrar nossas fronteiras/pras barrancas do Uruguai”. Do cap 02, “Dezembro, Dezessete”, estrofe 07 da poesia “Como Nossos Pais”,(sobre a conquista do mundial/2006)  pg.36 de “A SENDA”.

“...quebrou-se o mundo no meio/o mar vazou pelas dobras/o sol pingou e de sobra/        
o Rio Grande deu  corcoveios!/Desprenderam-se os anseios/ o dia cruzou mais lento/ mudou-se o rumo dos ventos/numa nova geografia/e fiz esta cantoria/pra rir de contentamento. ”. Do cap 02, “Dezembro, Dezessete”, estrofe 10 da poesia “Como Nossos Pais”,(sobre a conquista do mundial/2006)  pg.37 de “A SENDA”.

“ ...e com as pedras da caminhada/as unhas foram descompostas/o garrão criou umas crostas/onde surgiram valetas/e nas muitas piruetas/deste sísmico abalo/os pés ganharam uns calos/que mais parecem com tetas.” Do cap.03, “Vinte Anos de Solidão” estrofe 02, da poesia “Mais Sobre a Geração Gloriosa”, pg. 49 de “ A SENDA”. 

“...e deixe que eu  prossiga/e mesmo que não concorde/mas pelo menos recorde/o que este meu verso anela/pois vejo da minha janela/que o que fica para a História/não é a mera vitória/mas os que vão além dela.” Do cap 04, “ Do Desdizer e Outras Negativas”, estrofe 08 da poesia “Mais Sobre Futebol”, pg.61 de “ A SENDA”.

  “...ou ainda o Tsunami, quando o mar pulou do arreio/tu sabes? a nós muito nos magoa/que tu, com a categoria e altivez de um Figueroa/não o tenhas rechaçado pra de volta de onde veio”.   Do cap 04, “ Do Desdizer e Outras Negativas”, estrofe 13  da poesia “Nada Pode Ser Maior”, pg.71 de “A SENDA”.

“...Mundial?/ Tchê! Convém olhar bem pro mapa/pro mundo no seu total/como chamar de mundial/àquilo que não compreende/não abraça, não se estende/à Ásia, África, às tantas costas/às Américas contrapostas/e terras de toda parte?/Poderia se dar descarte/se esses três quartos da esfera/não fosse Terra/fosse Marte”. Do cap 05, “O Outro Grande do Rio Grande Do Sul”, estrofe 03 da poesia “De Mapas, Leis e Adágios ”pg.83 de “A SENDA”.

“...E me desculpe time irmão/tu tens enorme passado/ninguém contesta teu legado/
és a própria tradição/mas te digo de antemão/que o mapa na tua camisa/traduz o fim e a divisa/da obra da propaganda/que pega um mote e agranda/e então mais capitaliza”. Do cap 05, “O Outro Grande do Rio Grande Do Sul”, estrofe 02 da poesia “De Mapas e Motes”  pg.87 de “A SENDA”.


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