Literatura colorada com sotaque gaúcho
O livro que não pode faltar na biblioteca de todo colorado
Com o orgulho e a paixão de torcedor, o autor Vilmar Campanher, convida os colorados para a sessão autógrafos do livro A SENDA, uma homenagem à história do Internacional. O evento será realizado nesta quinta-feira, dia 6 de maio, às 17h, no Museu do Sport Club Internacional - Ruy Tedesco, no Beira-Rio. Antes de ir para a arquibancada torcedor pelo time contra o Banfield (o jogo válido pelas oitavas-de-final da Libertadores começa às 19h30min), venha prestigiar o lançamento da obra!
> Saiba mais sobre o livro
Futebol e poesia se misturam? Embora possam parecer substâncias distintas e mesmo opostas poesia requer quietude, reflexão... futebol é explosão, extroversão num olhar mais acurado vamos encontrá-los perfeitamente cabíveis um ao outro.
É o que nos comprova Vilmar Campanher nas páginas de A Senda, uma preciosidade que certamente vai tocar fundo o coração do leitor colorado, tão apaixonado pelo Sport Club Internacional, especialmente no período do seu centenário.
As poesias são escritas através de uma linguagem gauchesca, familiar a todos os gaúchos, relatando parte dos feitos do clube colorado que tantas alegrias já trouxeram aos seus torcedores. Segundo o autor, serão melhor entendidas dentro de seu contexto regional e cultural, mas se destinam a todo público futebolístico, uma vez que o sentimento sublimado nele é o mesmo em qualquer lugar do mundo. Excelente e divertida leitura, indispensável aos amantes do futebol, especialmente aos colorados.
Nas páginas de A Senda a história colorada se avulta. Não na sua forma sequencial e cronológica. Apresenta-se disforme. Como nuvem: densa, represada e que vaza por vezes torrencial, por outras aos respingos. Vêm na forma de versos, em pequenos contos causos no linguajar gauchesco e crônicas.
Disposto em cinco capítulos, o livro revela uma unidade em seu pensamento. Os três primeiros são de enlevação, reflexivos ao universo colorado. O quarto capítulo é o da sublevação. Nele se identifica um aspecto pernicioso, mítico, no contexto futebolístico, que ganhou forma no transcorrer dos anos e que interfere no próprio modo de se conceber futebol hoje. O último é o capítulo da flauta. Porque, tchê! Um colorado não vive sem cornetear seus co-irmãos gremistas mesmo sabendo que a recíproca é igualmente verdadeira.
Vilmar Campanher Rodrigues, gaúcho de Santa Rosa, 49 anos, casado, dois filhos, reside há 29 anos no interior do estado de SP, em Pedreia, região metropolitana de Campinhas. É formado em Letras pela UNI FIA, Amparo, SP. É empresário no segmento industrial e comercial. Tem no futebol uma de suas grandes paixões.
> Trechos da obra
Crônica Poética
...e lá já está o Claudiomiro/o Benitez e o Marinho/a Fabiana, o Erminio e o Dorinho/
o Jair, o Sérgio e o Valdomiro/e a Claudinha, a nenê por quem suspiro./E nesta segunda-feira/pediram por dona Herrera/e eu disse com emoção/O amor do meu coração/está lá dentro... com a parteira. Do cap 01, Ser Colorado, estrofe final da poesia A Castelhana, pg.29 de A SENDA.
...E ali, no mano-a-mano/-e me desculpe a heresia/mas o que me parecia/quizas por los castelhanos/não quero aqui ser leviano/rememorar tempos tais/mas me lembrava dos pais/de nossas gerações primeiras/a empurrar nossas fronteiras/pras barrancas do Uruguai. Do cap 02, Dezembro, Dezessete, estrofe 07 da poesia Como Nossos Pais,(sobre a conquista do mundial/2006) pg.36 de A SENDA.
...quebrou-se o mundo no meio/o mar vazou pelas dobras/o sol pingou e de sobra/
o Rio Grande deu corcoveios!/Desprenderam-se os anseios/ o dia cruzou mais lento/ mudou-se o rumo dos ventos/numa nova geografia/e fiz esta cantoria/pra rir de contentamento. . Do cap 02, Dezembro, Dezessete, estrofe 10 da poesia Como Nossos Pais,(sobre a conquista do mundial/2006) pg.37 de A SENDA.
...e com as pedras da caminhada/as unhas foram descompostas/o garrão criou umas crostas/onde surgiram valetas/e nas muitas piruetas/deste sísmico abalo/os pés ganharam uns calos/que mais parecem com tetas. Do cap.03, Vinte Anos de Solidão estrofe 02, da poesia Mais Sobre a Geração Gloriosa, pg. 49 de A SENDA.
...e deixe que eu prossiga/e mesmo que não concorde/mas pelo menos recorde/o que este meu verso anela/pois vejo da minha janela/que o que fica para a História/não é a mera vitória/mas os que vão além dela. Do cap 04, Do Desdizer e Outras Negativas, estrofe 08 da poesia Mais Sobre Futebol, pg.61 de A SENDA.
...ou ainda o Tsunami, quando o mar pulou do arreio/tu sabes? a nós muito nos magoa/que tu, com a categoria e altivez de um Figueroa/não o tenhas rechaçado pra de volta de onde veio. Do cap 04, Do Desdizer e Outras Negativas, estrofe 13 da poesia Nada Pode Ser Maior, pg.71 de A SENDA.
...Mundial?/ Tchê! Convém olhar bem pro mapa/pro mundo no seu total/como chamar de mundial/àquilo que não compreende/não abraça, não se estende/à Ásia, África, às tantas costas/às Américas contrapostas/e terras de toda parte?/Poderia se dar descarte/se esses três quartos da esfera/não fosse Terra/fosse Marte. Do cap 05, O Outro Grande do Rio Grande Do Sul, estrofe 03 da poesia De Mapas, Leis e Adágios pg.83 de A SENDA.
...E me desculpe time irmão/tu tens enorme passado/ninguém contesta teu legado/
és a própria tradição/mas te digo de antemão/que o mapa na tua camisa/traduz o fim e a divisa/da obra da propaganda/que pega um mote e agranda/e então mais capitaliza. Do cap 05, O Outro Grande do Rio Grande Do Sul, estrofe 02 da poesia De Mapas e Motes pg.87 de A SENDA.